O Papa Bento XVI recebeu na manhã
desta sexta-feira, 07, em Castel Gandolfo, os cerca de 100
participantes do encontro promovido pela Congregação para a
Evangelização dos Povos aos novos bispos dos territórios de missão.
Para
o Papa, o que une Bispos que atuam em realidades tão diferentes na
África, Ásia, América Latina e Oceania é a primeira evangelização e a
obra de consolidação da fé. Essas comunidades mostram uma fé participada
e alegre, vivaz e criativa, mas muitas vezes ainda não bem radicada.
Nelas, o entusiasmo e o zelo apostólico se alternam a momentos de
instabilidade e incoerência.
Todavia, são Igrejas que estão
amadurecendo graças à ação e à comunhão pastoral, que permite uma
verdadeira “osmose de graça” entre as Igrejas de antiga tradição e as de
recente constituição.
Bento XVI nota uma diminuição dos
missionários, balanceada, porém, pelo aumento do clero diocesano e
religioso. O crescimento numérico de sacerdotes locais produz também uma
nova forma de cooperação missionária: algumas jovens Igrejas iniciaram a
enviar seus presbíteros a Igrejas desprovidas de clero. “É uma comunhão
que sempre deve animar a ação evangelizadora”, afirmou o Papa.
Portanto,
as jovens Igrejas constituem uma sinal de esperança para o futuro de
toda a Igreja. Neste contexto, o Pontífice os encoraja a não pouparem
força e coragem para uma atenta obra pastoral, priorizando a missio ad
gentes, a inculturação da fé, a formação dos candidatos ao sacerdócio e
próprios sacerdotes. “A Igreja nasce da missão e cresce com a missão”,
recordou.
“Tenham sobre o mundo de hoje um olhar de fé, para
compreendê-lo em profundidade, e um coração generoso, pronto a entrar em
comunhão com as mulheres e os homens do nosso tempo.”
As Igrejas
em terras de missão, acrescentou o Papa, conhecem bem o contexto de
instabilidade social que incide de modo preocupante sobre a vida
cotidiana das pessoas. As emergências alimentares, de saúde e educação
interrogam as comunidades eclesiais e as envolvem de modo direto. E não
só, sua atenção e seu trabalho são apreciados e louvados. Às calamidades
naturais, se acrescentam discriminações culturais e religiosas,
intolerâncias e parcialidades, fruto de fundamentalismos que revelam
visões antropológicas errôneas e que conduzem a subestimar, ou até mesmo
a desconhecer, o direito à liberdade religiosa, o respeito pelos mais
fracos, sobretudo por crianças, mulheres e portadores de deficiências.
Diante
deste cenário, o Papa pede aos Bispos que depositem sua confiança no
Evangelho, na sua força renovadora, na sua capacidade de despertar as
consciências e de provocar internamente o resgate das pessoas e a
criação de uma nova fraternidade. “A difusão da Palavra do Senhor faz
florescer o dom da reconciliação e favorece a unidade dos povos.”
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