A pergunta, que pode surgir em
época de eleições, tem resposta clara. O secretário-executivo da
Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB,
Pedro Gontijo, explica que a missão da Igreja é de universalizar sua
mensagem, portanto, ela não quer que apenas um partido ou um candidato
seja expressão da mensagem.
Segundo ele, a mensagem do
Evangelho ultrapassa um partido ou uma coligação. "Nós queremos que
todos os partidos defendam princípios que sejam norteados pela defesa da
vida, pelo fim da desigualdade, pela igualdade de condições
sócio-econômicas, por transparência no estado. Esses princípios deveriam
ser norteadores, na nossa avaliação, de candidatos de quaisquer
partidos e coligações".
O fato de escolher um candidato
ou partido implicaria em dizer que só aquele teria condições de cumprir
esses princípios e os outros não.
Contudo, o secretário destaca
que "boa parte dos partidos poderiam estar dentro da defesa desses
princípios que deveriam ser, mais ou menos, comuns".
"A Igreja
quer convidar que todos reflitam sobre esses princípios éticos, que
devem nortear a vida pública de qualquer mandatário, de qualquer pessoa
que está num cargo público, para que, independente de partido, vivenciem
esses valores", enfatiza Gontijo.
Votos Brancos e Nulos
Muitos
acreditam que ao votar branco ou nulo estão se esquivando da
responsabilidade de ter que optar por candidatos com os quais não
concordam ou mesmo que estariam expressando sua inconformidade com a
realidade política.
De fato, "quando o voto branco ou nulo é
feito de uma forma coletiva e organizada pode significar uma espécie de
manifestação, seja com a estrutura social, política ou com os candidatos
que se apresentaram", explica Pedro Gontijo.
Entretando, é
preciso entender que essa "manifestação" só seria significativa se
acontecesse de forma massiva, em grande número, para os cargos
majoritários, como é o caso de prefeito, nessas eleições.
Se o
número de votos brancos ou nulos é pequeno, não interferem no resultado
da eleição e acabam contribuindo para aquele que tem mais votos.
Principalmente na escolha dos candidatos ao legislativo.
"Voto
branco ou nulo ao votar para vereador acaba sendo um voto que contribui
para que aqueles que estão tendo mais votos, os partidos e coligações
que estão tendo mais votos, sejam beneficiados", alerta o secretário.
De
modo geral, ressalta Gontijo, voto branco ou nulo não contribui para a
melhor escolha de candidatos que venham depois a fazer um trabalho mais
sério em favor da comunidade.
"Voto branco e nulo não nos
parece hoje uma estratégia de participação consciente. Nos parece muito
mais importante que as pessoas votem e acompanhem aqueles aos quais
votou. Que elas façam o acompanhamento do mandato", conclui o
secretário.
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