O Papa Bento XVI presidiu na
manhã deste sábado, 3, na Basílica de S. Pedro, a Santa Missa em
sufrágio dos Cardeais e Bispos que faleceram no decorrer do ano.
Na
homilia, o Pontífice afirmou que nos nossos corações ainda está
presente o clima do Dia de Finados. Em especial, a visita aos cemitérios
nos permitiu renovar o elo com as pessoas queridas que nos deixaram.
Assim, os locais da sepultura constituem uma espécie de assembleia, na
qual os vivos encontram seus mortos e com eles reforçam os vínculos de
uma comunhão que a morte não pôde interromper. “E aqui em Roma, nas
catacumbas, sentimos, como em nenhum outro lugar, os elos profundos com a
antiga cristandade”, disse o Papa.
Mas como nós cristãos
respondemos à questão da morte?, questionou o Pontífice. Respondemos com
a fé em Deus, com um olhar de esperança sólida que se fundamenta na
Morte e na Ressurreição de Jesus Cristo. A morte, então, abre à vida, à
vida eterna, que não é reprodução infinita do tempo presente, mas algo
completamente novo.
A fé nos diz que a verdadeira imortalidade à
qual aspiramos não é uma ideia, um conceito, mas uma relação de comunhão
plena com o Deus vivo: é o estar em suas mãos, no seu amor, e se tornar
Nele uma só coisa com todos os irmãos e irmãs que Ele criou e redimiu,
com toda a criação.
Neste clima de fé e de oração, disse o Papa,
estamos reunidos em torno do altar para oferecer o Sacrifício
eucarístico em sufrágio dos Cardeais, dos Arcebispos e dos Bispos que,
durante o último ano, terminaram sua existência terrena.
De modo
especial, Bento XVI recordou os Cardeais John Patrick Foley, Anthony
Bevilacqua, José Sánchez, Ignace Moussa Daoud, Luis Aponte Martínez,
Rodolfo Quezada Toruño, Eugênio de Araújo Sales, Paul Shan Kuo-hsi,
Carlo Maria Martini e Fortunato Baldelli.
Recordando o testemunho
desses irmãos, disse o Papa, podemos reconhecer neles “amigos do
Senhor”, “agentes de paz” que nas dificuldades e também nas perseguições
mantiveram a alegria da fé. Os Pastores que hoje recordamos,
acrescentou, serviram a Igreja com fidelidade e amor, enfrentando às
vezes provas difíceis para garantir ao rebanho a eles confiado atenção e
cuidado. Na variedade de seus talentos, ofereceram uma contribuição
preciosa ao período pós-conciliar, tempo de renovação em toda a Igreja.
“À
existência humana do Filho de Deus se acrescenta a de sua Mãe
Santíssima. Os nossos Irmãos Cardeais e Bispos foram amados com
predileção pela Virgem Maria e retribuíram seu amor com devoção filiar.
Confiemos a ela suas almas. E nós elevamos a Deus a nossa oração por
eles, amparados pela esperança de nos encontrarmos todos juntos um dia,
unidos para sempre no Paraíso”, concluiu o Papa.
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