O patriarca libanês Béchara
Boutros Raï considera a sua nomeação para cardeal da Igreja Católica,
hoje oficializada por Bento XVI, como um grande incentivo para lutar
pela paz e pela fé cristã no seu país.
Em entrevista publicada
pelo serviço informativo da Santa Sé, o responsável pela comunidade de
Antioquia dos maronitas manifesta ao Papa a sua “alegria e gratidão” e
mostra-se empenhado em dar um novo “alento” a um povo que vive um
“momento muito crítico” da sua história, motivado pela guerra civil na
vizinha Síria.
O novo cardeal libanês, de 72 anos, quer “fazer
crescer a sua comunidade eclesial na comunhão e no testemunho”, para
evitar que “questões políticas” possam ameaçar a “boa convivência” das
camadas muçulmana e cristã.
“A crise política gerou um grande
problema econômico e social, pelo que é preciso olhar para a frente,
recriar, reconstruir a unidade interna, apoiar os nossos irmãos cristãos
do Oriente Médio, desenvolver laços com os muçulmanos que aliviem a
tensão causada pelos radicais e fundamentalistas”, aponta.
Para
Béchara Boutros Raï, a mudança mais importante para o Líbano não é a
construção de um Estado não confessional, que não contemple a religião, é
a renovação de uma “política regional” que, de acordo com o patriarca
maronita, é marcadamente “islamita” e contribui para “a divisão” da
sociedade libanesa.
“O grande problema aqui e para o Oriente
Médio, é o conflito entre sunitas e xiitas a nível regional, que depois
tem repercussões no plano internacional”, conclui.
Bento XVI
criou hoje no Vaticano seis novos cardeais para a Igreja Católica, num
consistório público que, para além do patriarca libanês, incluiu o
arcebispo indiano D. Baselios Cleemis Thottunkal, que aos 53 anos se
tornou o mais jovem purpurado da Igreja Católica.
A lista de
novos purpurados inclui o norte-americano James Michael Harvey, de 63
anos, que passa a ser arcipreste da Basílica papal de São Paulo fora de
muros, em Roma, D. John Olorunfemi Onaiyekan, de 68 anos, arcebispo de
Abuja (Nigéria); D. Rubén Salazar Gómez, com 70 anos, arcebispo de
Bogotá (Colômbia); e D. Luis Antonio Tagle, de 55 anos, arcebispo de
Manila (Filipinas).
Aos novos cardeais, Bento XVI pediu para
serem “intrépidos servidores do Evangelho” e para contribuírem para o
anúncio do “novo reino” de Deus, que “vence toda a fragmentação e
dispersão”.
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