Bento XVI reafirmou neste
domingo, 11, a “unidade inseparável entre fé e caridade, entre o amor de
Deus e o amor do próximo”. Em um breve discurso proferido antes da
oração do Angelus, o Papa apresentou dois trechos bíblicos (Livro dos
Reis e Evangelho de Marcos) que narram episódios com viúvas.
A primeira divide tudo o que possuía - um punho de farinha e uma gota de óleo - com o Profeta Elias.
A
segunda foi vista por Jesus no templo de Jerusalém, aonde as pessoas
depositavam suas ofertas. Ao vê-la colocar duas moedinhas no cofre,
Jesus chamou os discípulos e explicou que o óbolo da viúva era maior do
que o dos ricos, porque estes doaram o que lhes era supérfluo, enquanto
ela ofereceu tudo o que possuía, tudo o que tinha para viver.
Segundo
o Papa, relacionando estes dois episódios bíblicos, temos um precioso
ensinamento sobre a fé, vista como comportamento interior de quem baseia
sua vida em Deus, em sua Palavra, e confia totalmente Nele.
As
Escrituras dizem que “a condição efetiva de necessidade, como a da viúva
neste caso, não é suficiente: Deus pede sempre a nossa livre adesão de
fé, que se expressa no amor por Ele e pelo próximo. Ninguém é pobre ao
ponto de não poder doar algo”.
De fato, as duas viúvas demonstram
sua fé realizando, cada uma, um gesto de caridade: uma para com o
profeta e a outra dando esmola - o que comprova a unidade inseparável
entre fé e caridade, entre o amor de Deus e o amor do próximo.
“Nenhum
gesto de bondade perde sentido diante de Deus; não existe misericórdia
sem frutos” – recordou ainda Papa Ratzinger, terminando com uma bela
citação de São Leão Magno: “A balança da justiça divina não pesa a
quantidade dos dons, mas o peso dos corações. A viúva do Evangelho
depositou no cofre do templo alguns trocados, mas seu dom foi maior do
que o dos ricos”.
Depois desta reflexão, Bento XVI rezou a oração
dominical e prosseguiu cumprimentando os fiéis, turistas e peregrinos
em várias línguas. Em italiano, saudou a comunidade beneditina
recordando a figura de Maria Luisa Prosperi, monja que viveu em meados
do século XIX no mosteiro de Trevi, proclamada beata sábado, 10, na
Catedral de Spoleto.
Na sequência, dirigiu-se aos agricultores
católicos italianos que celebram neste domingo o Dia de Agradecimento,
com o tema “Confia no Senhor, faz o bem e habita a Terra”. “Esta ocasião
– disse o Pontífice – reforça a necessidade de um estilo de vida
enraizado na fé, para reconhecer com alma agradecida a mão criadora e
providente de Deus, que alimenta seus filhos”.
Enfim, Bento XVI
parabenizou os poloneses pelo Dia da Independência, em que a Polônia
recorda a fé de seus pais, a história e a força do Espírito das recentes
gerações. “Rezo com vocês e com a Associação Ajuda à Igreja que Sofre
pelos cristãos do Egito, por ocasião do Dia de solidariedade com a
Igreja perseguida” – concluiu, falando aos peregrinos.
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