Nesta quinta-feira, 1º, a Igreja Católica celebra a Solenidade de Todos os Santos em honra a todos os santos e mártires, conhecidos e desconhecidos.
Falar
em santos normalmente nos remete à algo distante, visto que nos
recordamos dos santos dos altares, tão conhecidos por seus feitos e
milagres. Mas a santidade é algo simples, possível para todos.
"Santidade
é viver a cada dia os ensinamentos de Jesus, buscando a pureza do
coração, da mente e da alma. A santidade vai acontecendo no dia a dia à
medida que vamos vivendo na simplicidade do Evangelho e, principalmente
com o que Jesus mais pede: o ato de caridade, que é o amor concretizado,
tornado prática", explica o pároco da Paroquia São Francisco de Paula,
em Lavrinhas (SP), padre Carlos Alberto Victal.
O sacerdote
explica que os santos foram santos porque praticaram muito o bem para
com os outros. "À medida que eu esqueço de mim, e por amor ao Senhor e
aos meus irmãos, pratico esse pequeno ato de caridade, de bondade, de
ajuda às pessoas, atos de perdão no dia a dia, aí vai acontecendo a
graça da santidade".
"Se nós olharmos os pequenos santos
canonizados por João Paulo II todos eles praticaram atos de caridade
simples, como o caso dos beatos Jacinta e Francisco, os pastorinhos de
Fátima. O que eles fizeram além de rezar o terço, praticar pequenas
caridades e bondades para com o outro, e pequenos sacrifícios de jejum e
renúncia no dia a dia, oferecendo tudo pela conversão dos pecadores?
Fazendo isso eles se tornaram beatos e estão quase sendo santos",
destacou.
O jovem Adriano Gonçalves, autor do livro "Santos de Calças Jeans"
e missionário da Canção Nova, diz que gosta de traduzir santidade por
felicidade, com isso, todas as vezes em que a pessoa está vivendo uma
felicidade autêntica e cuja fonte é Deus, ela está tendo um
comportamento santo.
"O esporte que pratico, o filme que
assisto, a música que ouço, quando tudo isso pontencializa o meu ser
filho de Deus estou trilhando um caminho de santidade. Deus nos fez para
felicidade eterna, mas nem por isso nos privou de uma 'penumbra de
felicidade aqui'. Preciso descobrir no cotidiano as oportunidades de
marcar com selo de céu", explica o jovem.
Adriano recorda que o
Papa Bento XVI, em sua visita ao Brasil, em 2007, afirmou que santidade
"é viver intensamente a vida", e intensamente é mesmo que "curtir". "Mas
sempre com a pergunta básica: esta curtição me faz mais de Deus? Mais
do próximo? E mais de mim mesmo? Me faz livre de verdade ou me amarra a
correntes de prisão?", destaca.
"O mundo de hoje precisa de
santos", afirma padre Carlos, "de pessoas que vivam a fidelidade ao
Evangelho, aos mandamentos, a fidelidade em Jesus. Esse é um diferencial
muito grande no mundo de hoje, onde praticamente a fé esfriou, onde os
cristãos não mais buscam essa vida de santidade, mas vivem o corre-corre
do dia a dia, e ainda os acontecimentos que o mundo propõe. O santo
não, ele vai viver nesse mundo, nesses tempos, o que o Evangelho de
nosso Senhor propõe, aí está o grande desafio".
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