O Papa Bento XVI presidiu as
Primeiras Vésperas da Solenidade de Todos os Santos, nesta quarta-feira,
31, no Vaticano, no âmbito do 5° centenário da Capela Sistina.
Inaugurada
em 31 de outubro de 1512 pelo Papa Júlio II, após 4 exaustivos anos de
trabalho de Michelangelo Buonarroti, a Capela Sistina provocou um grande
impacto na história das artes com seus afrescos que ocupam uma área
superior a mil metros quadrados, mudando radicalmente a arte na Itália e
na Europa.
"Por que recordar este acontecimento histórico e
artístico numa celebração litúrgica? Primeiramente, porque a Capela
Sistina é, por sua natureza, uma sala litúrgica, é a Capela Magna da
Residência Apostólica do Vaticano. Além disso, porque as obras de arte
que a decoram, especialmente os afrescos, encontram na liturgia seu
ambiente vital, o contexto em que expressam melhor toda a sua beleza, a
riqueza e importância de seu significado", frisou o Papa em sua homilia
proferida na Capela Sistina aos participantes das vésperas.
"É
como se, durante a ação litúrgica, toda esta sinfonia de figuras se
tornasse viva, no sentido certamente espiritual, mas também
inseparavelmente estético, porque a percepção da forma artística é um
ato tipicamente humano e, como tal, envolve os sentidos e o espírito. Em
poucas palavras, a Capela Sistina, contemplada em oração é ainda mais
bonita, mais autêntica, e se revela em toda a sua riqueza. Aqui tudo
vive, tudo ressoa em contato com a Palavra de Deus", disse ainda o
pontífice.
Falando sobre o afresco da Criação do Homem, Bento XVI
destacou que o grande artista desenhou o Deus Criador, a sua ação e seu
poder com uma intensidade de expressão única para dizer claramente que
"o mundo não é o produto das trevas, do caos, do absurdo, mas deriva de
uma Inteligência, de uma Liberdade, de um supremo ato de amor".
"No
encontro entre o dedo de Deus e do homem, vemos o contato entre o céu e
a terra. Em Adão, Deus entra numa nova relação com a sua criação, o
homem está em contato direto com Ele, é chamado por Ele, é a imagem e
semelhança de Deus", disse.
O Papa completou dizendo que rezar
nesta noite na Capela Sistina é um convite para louvar Deus, o Criador.
"Rezar esta noite na Capela Sistina, envolvidos pela história do caminho
de Deus com o homem, representada nos afrescos que nos circundam, é um
convite a louvar a Deus, Criador, Redentor e Juiz dos vivos e dos
mortos, junto com todos os Santos do Céu".
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