Começa nesta sexta-feira, 9, o
Congresso Nacional das Novas Comunidades, reconhecidas pela Santa Sé
como uma nova forma dos leigos se empenharem na evangelização. O evento é
organizado pela Fraternidade das Novas Comunidades do Brasil e traz
como tema “A graça dos Carismas”.
O tema é discutido ao mesmo
tempo em que a Igreja vive o Ano da Fé, celebra os 50 anos do Concílio
Vaticano II e 20 anos de promulgação do Catecismo da Igreja Católica.
Para o presidente do Conselho das Novas Comunidades da arquidiocese do
Rio de Janeiro, Dom Roberto Lopes, tais ocasiões tornam o tema oportuno.
“O tema realmente vem em um bom momento em que refletir sobre a
graça dos carismas é verificar que nós temos que estar sempre vivendo a
fidelidade do carisma do fundador, o carisma fundacional de cada um,
daqueles que o receberam através do Espírito Santo”.
O bispo
também explicou que o Congresso sempre busca ser um momento de
revitalização, de voltar às fontes. “Com certeza, aqueles que participam
retornam para casa com mais alegria, com mais entusiasmo para dar
continuidade à evangelização”.
E no evento deste ano não será
diferente. Dom Roberto explicou que o Papa, os cardeais, os bispos e as
Igrejas particulares podem contar com a contribuição das novas
comunidades e dos movimentos eclesiais. “Por isso que refletir sobre a
graça dos carismas é verificar a beleza onde cada um, cada uma das
comunidades tem essa riqueza de contribuir para a nova evangelização”.
Novas comunidades, Igreja, Nova Evangelização
O Sínodo dos Bispos,
realizado em Roma no último mês, já abordou em diversas intervenções a
questão das novas comunidades, inclusive o seu papel na nova
evangelização. Para Dom Roberto, as novas comunidades estão encontrando o
seu espaço na Igreja aos poucos. Ele também acredita que o Congresso
vai abordar muito as discussões do Sínodo.
“Esses carismas vêm
justamente ao encontro nesse momento histórico que nós estamos vivendo
em todos os continentes. Então é uma resposta, na realidade vem somar e,
ao mesmo tempo, colaborar com o reino de Deus.
Para o bispo, as
novas comunidades vão ser grandes protagonistas dentro dessa nova
evangelização. Ele acredita, inclusive, que o resultado final do Sínodo,
ou seja, o documento final que será redigido pelo próprio Papa Bento
XVI em breve, vai apresentar essa expectativa, não só da Igreja de Roma,
mas também das Igrejas particulares, desse envolvimento e entusiasmo.
“Cada
um desses carismas vem como profetismo de querer animar e ir ao
encontro daqueles irmãos que se sentem frios diante da presença de
Cristo, a sua vivência na fé. As novas comunidades têm justamente essa
alegria, esse entusiasmo. (...) Com certeza o documento que o Papa irá
nos enviar será dentro desta linha desse grande entusiasmo e dessa nova
alegria de ser profeta no mundo”.
Carismas
As
novas comunidades possuem semelhanças entre si, como a vontade de
servir Jesus Cristo. Ao mesmo tempo, vivem uma diversidade de carismas,
ou seja, cada comunidade evangeliza de uma forma, sempre determinada por
inspiração do Espírito Santo.
Para Dom Roberto, essa diferença
de carismas é algo enriquecedor para a Igreja. “A beleza da diversidade
dos carismas é que se completam segundo as necessidades de cada Igreja
particular, a maneira como isso vai se expressar, seja no meio da
comunicação, como na Canção Nova, ou a questão também da maneira como a
Shalom faz, dentro dos seus serviços diversificados, dentro da
comunidade”.
Dom Roberto lembrou que essa diversidade de carismas
facilita inclusive a inserção dos leigos na evangelização. “O próprio
Vaticano II, que estamos completando 50 anos, (...) vai mostrando que é
justamente esse ‘ser leigo’, ser batizado, que quer ratificar o seu
batismo dentro de uma vocação específica que esses carismas oferecem”.
O
bispo destacou ainda que esse leque de carismas dá tranquilidade, de
forma que cada um pode se encontrar confortavelmente dentro daquilo que é
compatível com o seu perfil de vida, sem ficar “engessado”. Ele
informou que o Brasil, inclusive é um dos países onde mais ter surgido
as novas comunidades.
“Existe esse espaço maravilhoso dentro da
Igreja e que vai encantando. É por isso que tantas comunidades novas,
com muitas vocações, fazem questionar de novo aqueles que, por ventura,
não ingressaram em uma comunidade tradicional histórica, mas são capazes
de dar um passo dentro dessa maneira nova de ser consagrado, mas
permanecendo leigo. Isso que é bonito”.
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