O Papa Bento XVI continuou nesta
quarta-feira, 31, as reflexões sobre a fé católica propostas por ele
para o Ano da Fé. Na catequese de hoje o Santo Padre exortou os fiéis a
não se deterem numa fé individualista, mas enraizada na fé da Igreja.
Ao iniciar a reflexão, o
Pontífice fez três questionamentos que nortearam toda a catequese. “A fé
tem um caráter somente pessoal, individual? Interessa somente a minha
pessoa? Vivo a minha fé sozinho?”
Segundo o Papa, a fé
professada não é resultado de uma reflexão pessoal e solitária, nem
produto de um pensamento excêntrico. Ao contrário, “é fruto de uma
relação, de um diálogo, no qual tem um escutar, um receber e um
responder; é o comunicar com Jesus que me faz sair do meu “eu” fechado
em mim mesmo para abrir-me ao amor de Deus Pai.”
Bento XVI
disse que o cristão não está impedido de viver uma intimidade com a
Pessoa de Cristo. Deve sim buscar no silêncio do seu coração o encontro
com o Mestre. Porém, lembra o Papa, “nossa fé é verdadeiramente pessoal,
somente se é também comunitária: pode ser a minha fé somente se vive e
se move no “nós” da Igreja, só se é a nossa fé, se é a fé comum da única
Igreja.”
“Não posso construir a minha fé pessoal em um
diálogo privado com Jesus, porque a fé é doada a mim por Deus através de
uma comunidade crente que é a Igreja e me insere assim na multidão dos
crentes em uma comunhão que não é só social, mas enraizada no amor
eterno de Deus,” reforça o Papa.
Por fim , o Santo Padre,
recordou que todo cristão deve reconhecer a necessidade de ter na Igreja
a confirmação da fé. Num mundo onde o individualismo orienta as
relações pessoais, o Papa lembra que a fé é um convite para todos serem
“povo de Deus”, serem Igreja.
“Um cristão que se deixa guiar e
plasmar pouco a pouco pela fé da Igreja, apesar de suas fraquezas, suas
limitações e suas dificuldades, torna-se como uma janela aberta à luz
do Deus vivo, que recebe essa luz e a transmite ao mundo.”
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