quarta-feira, 18 de julho de 2012

Vaticano: medidas contra lavagem de dinheiro são avaliadas

Foi publicado nesta quarta-feira, 18, o primeiro relatório de avaliação da União Europeia sobre as medidas tomadas pelo Estado do Vaticano para evitar a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.

O documento, elaborado pela Comissão "Moneyval" do Conselho da Europa, foi apresentado na manhã desta quarta-feira, 18, na sala de imprensa do Vaticano, pelo subsecretário para as Relações com os Estados, Dom Hector Ballestrero.

A comissão avalia que o Instituto para as Obras de Religião (IOR), mais conhecido como Banco do Vaticano, estabeleceu nos últimos tempos "muitos dos elementos necessários" para o combate a essas realidades.

A Santa Sé propôs diversas medidas, algumas já foram aprovadas pela comissão. Segundo Dom Hector Ballestrero, o Vaticano está se empenhado neste sentido e a comissão se mostrou satisfeita com os resultados já alcançados.

Esta relação entre a Santa Sé e a União Europeia, explica o subsecretário, começou, em 2010, com a adoção, pelo Estado Vaticano, da Lei 127 como medida de prevenção contra a lavagem de dinheiro e financiamento de terrorismo, em vigor desde abril de 2011.

Foram meses “de intenso trabalho e aprendizado”, salientou Dom Ballestrero, “uma longa estrada percorrida em pouco tempo”. A Santa Sé adotou medidas de confisco, leis específicas sobre discrição, documentação, assistência jurídica mútua, medidas penais para o financiamento de terrorismo, cooperação internacional e adesão às convenções da União Europeia neste sentido.
O Moenyval salientou que "a Santa Sé avançou bastante", mas permanecem "por tratar outras questões importantes para justificar" que um regime desta natureza esteja plenamente operacional. A comissão chama a atenção especialmente às bases legislativas de vigilancia, lamentando uma “falta de clareza sobre o papel, as responsabilidades, autoridade, poderes e da independência da autoridade das informações financeiras”.

Como a secretaria de estado declarou, a Santa Sé, numa carta escrita ao Conselho da Europa, comprometeu-se a fim que o empenho moral seja concretizado e “acompanhado em conformidade técnica e com efetiva atuação das normas internacionais indispensáveis na luta contra a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo”.

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