As palavras secularismo e
secularização estão se tornando cada vez mais comuns e expressam a
tentativa de banir uma referência religiosa e divina da sociedade. As
primeiras referências, aquelas visíveis, são os símbolos religiosos,
como imagens e crucifixos.
“Mas seria possível tirar do Rio de
Janeiro, por exemplo, seu maior símbolo, um de seus maiores cartões
postais, o Cristo Redentor?”, questionou o vice-presidente da Sociedade
de Catequese Latino-americana, irmão Israel José Nery, nesta
sexta-feira, 13, durante o 3º Congresso Missionário Nacional que
acontece em Palmas (TO).
Esse chamado “eclipse de Deus” é visto
também na degradação da estrutura familiar, na banalização da vida, por
exemplo, mas ainda dentro do cristianismo também é visto com a criação
de seitas ditas “cristãs”, mas que nada tem a ver com a visão religiosa
“Bíblica-cristã”.
“O caldo cultural do secularismo que destaca
Deus faz surgir uma 'nova religiosidade selvagem' envolvida com
interesses financeiros, exorcismos exploradores, atitudes extravagantes e
guerras santas”, ressalta irmão Nery.
Assim, irmão Israel
acredita que hoje cresce a busca do transcendente religioso e as
manifestações religiosas, mas não cresce o amor a Deus.
“O pluralismo religioso e cultural contribui, em parte, para o fenômeno da secularização ao relativizar a cresça”, alertou.
Ele
explicou ainda que, neste pluralismo religioso, as pessoas valorizam
cada vez menos a religião herdada, absorvendo de cada cresça e religião
aquilo que as interessa, perdendo os fundamentos essenciais.
Resposta ao secularismo
Diante
de tudo isso, qual deve ser a resposta dos cristãos? O professor de
Missiologia do Instituto São Paulo de Estudos Superiores, padre Paulo
Suess, indica que a resposta foi proposta pelo Concílio Vaticano II.
“O
Vaticano II iniciou uma 'virada popular', uma virada ao povo simples e
ao mundo, que atualmente parece inibida. Passaram-se 50 anos desde o
início daquela 'virada popular' com o objetivo de continuar a obra do
próprio Cristo que veio ao mundo para dar testemunho de verdade para
salvar e não para condenar, para servir e não para ser servido”, indica
padre Paulo.
O professor ressalta que é preciso ser luz dos
povos e acompanhá-los, sobretudo os pobres, em suas alegrias e
tristezas, sendo farol para a luz de Cristo, que é a luz do mundo.
“No
ser transparente e no estar próximo aos crucificados na história, temos
o núcleo da 'virada popular' do discipulado missionário”, enfatiza.
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