O mundo todo já pode conhecer a
mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Paz 2013. O texto
integral da mensagem foi divulgado nesta quarta-feira, 14, em coletiva
de imprensa no Vaticano. Com o tema “Bem-aventurados os
obreiros da paz”, o Santo Padre lembra que a realidade atual, marcada
pelos aspectos positivos e negativos da globalização, requer renovado
empenho na busca do bem comum, do desenvolvimento de “todo homem e do
homem todo”.
Embora a paz seja colocada em risco por várias
formas de terrorismo, criminalidade internacional, fundamentalismo e
fanatismos “que distorcem a verdadeira natureza da religião”, o Papa
destacou que as inúmeras obras de paz, de que é rico o mundo,
testemunham a vocação da humanidade para a paz. “Na verdade, o homem é
feito para a paz, que é dom de Deus”, ressaltou o Pontífice.
Bento
XVI destacou ainda na mensagem que, segundo diz a bem-aventurança de
Jesus, a paz é, ao mesmo tempo, dom messiânico e obra humana. “Na
verdade, a paz pressupõe um humanismo aberto à transcendência; é fruto
do dom recíproco, de um mútuo enriquecimento, graças ao dom que provém
de Deus e nos permite viver com os outros e para os outros. A ética da
paz é uma ética de comunhão e partilha”.
O Pontífice também
voltou a colocar em questão a necessidade de se defender a vida humana,
de forma que sem isso não se pode gerar felicidade nem a paz. “Na
verdade, como se pode pensar em realizar a paz, o desenvolvimento
integral dos povos ou a própria salvaguarda do ambiente, sem estar
tutelado o direito à vida dos mais frágeis, a começar pelos
nascituros?”, questiona.
E a família também tem seu papel
decisivo na busca pela paz. O Papa destacou que ela tem uma vocação
natural para promover a vida e é um dos sujeitos sociais indispensáveis
para uma cultura de paz.
“É preciso tutelar o direito dos pais e
o seu papel primário na educação dos filhos, nomeadamente nos âmbitos
moral e religioso. Na família, nascem e crescem os obreiros da paz, os
futuros promotores duma cultura da vida e do amor”.
O Papa
também destacou a necessidade de construir a paz através de um novo
modelo de desenvolvimento e de economia. Ele lembrou que o modelo que
prevaleceu nas últimas décadas apostava na busca da maximização do lucro
e do consumo, em perspectiva individualista e egoísta.
“Olhando
de outra perspectiva, porém, o sucesso verdadeiro e duradouro pode ser
obtido com a dádiva de si mesmo, dos seus dotes intelectuais, da própria
capacidade de iniciativa, já que o desenvolvimento econômico
suportável, isto é, autenticamente humano, tem necessidade do princípio
da gratuidade como expressão de fraternidade e da lógica do dom”.
Em
conclusão, o Santo Padre defendeu a necessidade de propor e promover
uma pedagogia da paz, o que requer uma vida interior rica, referências
morais claras e válidas, atitudes e estilos de vida adequados.
“Pensamentos,
palavras e gestos de paz criam uma mentalidade e uma cultura da paz,
uma atmosfera de respeito, honestidade e cordialidade. Por isso, é
necessário ensinar os homens a amarem-se e educarem-se para a paz, a
viverem mais de benevolência que de mera tolerância”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário