Participar da Santa Missa, depois
reunir-se com a família e pessoas queridas para uma confraternização,
uma ceia especial. Este é o jeito que os cristãos católicos normalmente
têm para celebrar o Natal, comemorando o nascimento de Jesus Cristo. Mas
como aqueles que vivem na terra onde de fato Jesus nasceu celebram esta
data especial?
Na Terra Santa, os cristãos são minoria, mas nem
por isso deixam de comemorar o nascimento do Menino Jesus. O missionário
Arley Humberto da Silva Santos, da Comunidade Filhos de Maria, está há
um ano e três meses na Terra Santa. Ele contou que onde mora, na cidade
de Taybeh, as restrições não são tão perceptíveis, por se tratar de um
vilarejo de cristãos. No entanto, ao andar por outros lugares, ele pode
relatar uma falta de expressividade maior neste tempo de espera.
“No
Brasil, sabemos que todos se preparam, os lugares vão tomando as cores
das luzes, dos enfeites. Nas casas há muita expectativa e preparações.
Aqui não é bem assim. Vamos observando o esforço dos cristãos por
viverem esse tempo, mas até mesmo pelo próprio costume imposto por
sermos minoria, isso não é tão claro, ou tão expressivo como se poderia
esperar por estarmos na Terra de Jesus”.
Mas se por um lado as
restrições causam a falta de expressão neste tempo natalino, por outro
Arley diz que essa situação pode auxiliar a ler o Evangelho com um novo
olhar. Isso implica em entender o nascimento de Jesus como um fato
memorável que ultrapassa o campo visual e leva à contemplação do
mistério.
“Deus escolheu esse lugar para apresentar a sua luz e
nós somos convidados a sermos esses pequenos sinais em meio às
adversidades”, disse.
E sendo minoria na Terra Santa, os
cristãos, sejam eles evangélicos, ortodoxos ou católicos, por exemplo,
costumam ser bem unidos. Isso também acontece no Natal. Arley contou
que, embora não se tenha uma celebração comum, toda a vivência do tempo é
feita de modo bastante unido. “Por exemplo: a iluminação da cidade é
feita com a presença maciça das igrejas que preparam tantos os seus
lugares como auxiliam na preparação de toda a cidade”.
A noite de Natal
No
Brasil, na noite da véspera do Natal, as famílias costumam ir à Santa
Missa e depois se reúnem para algum tipo de confraternização. Segundo o
missionário, essas comemorações também acontecem na Terra Santa, mas a
maioria das pessoas opta por vivê-las em um almoço no dia de Natal, 25
de dezembro.
Um ponto forte destacado por Arley é a visita à
Basílica da Natividade em Belém, motivo pelo qual muitos se dirigem a
Belém. “Todos querem estar lá na Noite de Natal e por isso mesmo muitas
pessoas se dirigem a Belém para celebrarem no Lugar do Nascimento de
Jesus essa noite tão especial”.
E essa oportunidade, de
vivenciar o Natal na terra onde Jesus nasceu, é para Arley uma alegria
indescritível. Ele disse que mesmo que o aspecto exterior, decorativo
não seja tão pleno, como as ruas brasileiras, é especial saber que, ao
olhar para o lado de fora, é possível contemplar o lugar por onde o
“Verbo se fez presente”. “Contemplar, como dizia o Papa Paulo VI, a
geografia da salvação, é trazer ao nosso coração uma imensa gratidão”.
Sobre
a saudade da família, em especial neste tempo de Natal que sempre é uma
ocasião para reunir os familiares, Arley se diz saudoso sim, mas
acredita que essa distância tem um motivo maior.
“É claro que dá
saudade da família, dos irmãos de comunidade, dos amigos que ficaram no
Brasil. Lembramos das músicas, das celebrações e comemorações. Mas há um
sentido maior em tudo isso, saber que estamos aqui servindo. Estamos na
Terra de Jesus para aprendermos a imitá-Lo em todas as coisas, em um
desejo profundo de Amar sem limites, e Servir sem Fronteiras”, concluiu.
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