O Papa Bento XVI recebeu em
audiência na manhã desta sexta-feira, 7, os membros da Comissão
Teológica Internacional por ocasião de sua assembleia plenária. Em seu
discurso, o Pontífice fez algumas considerações sobre teologia,
destacando a questão do sentido da fé.
O Santo
Padre exprimiu seu apreço pela mensagem que os membros da Comissão
redigiram por ocasião do Ano da Fé. "Isso ilustra bem o modo específico
no qual os teólogos, servindo fielmente à verdade da fé, podem
participar do esforço evangelizador da Igreja".
Ao falar sobre o sentido da fé,
Bento XVI destacou que este é um dom e constitui no crente uma espécie
de instinto sobrenatural, que se desenvolve na medida em que a pessoa
participa plenamente na vida da Igreja.
“Observamos que propriamente os simples fiéis carregam em si esta certeza, esta segurança do sentido da fé. O sensus fidei
é um critério para discernir se uma verdade pertence ou não ao depósito
vivo da tradição apostólica. Tem também um valor propositivo porque o
Espírito Santo não para de falar à Igreja e de conduzi-la para a verdade
inteira”.
O Santo Padre lembrou que este mesmo sentido
sobrenatural da fé leva a uma reação vigorosa contra o preconceito
segundo o qual as religiões, em especial as monoteístas, seriam
portadoras da violência. Na verdade, o Papa lembrou que a violência em
nome de Deus não é atribuída ao monoteísmo, mas aos próprios erros
humanos ao longo da história.
“Se, portanto, na história, houve
ou há formas de violência feita em nome de Deus, estas não são
atribuídas ao monoteísmo, mas às causas históricas, principalmente aos
erros dos homens. Pelo contrário, é o próprio esquecimento de Deus que
imerge às sociedades humanas em uma forma de relativismo, que gera
inevitavelmente a violência”.
Ele destacou ainda que a violência
torna-se a regra dos relacionamentos humanos a partir do momento em que
é negada a possibilidade para que todos possam se referir a uma verdade
objetiva.
"Sem a abertura ao transcendente, que permite
encontrar as respostas às perguntas sobre o sentido da vida e sobre a
maneira de viver de modo moral, sem esta abertura o homem torna-se
incapaz de agir segundo a justiça e de empenhar-se pela paz".
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