O
grupo de bispos foi recebido pelo presidente da Comissão para os
Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, dom Pedro Brito, arcebispo de
Palmas (TO) e pelo assessor da comissão, padre Deusmar Jesus da Silva.
Dom Pedro explica é importante que os novos bispos partilhem entre si
suas experiências. “Muitos dos bispos não se conhecem, favorecer esse
intercâmbio, cria uma amizade e um companheirismo”, afirmou.
O
secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, saudou os
bispos, e conversou a respeito das atividades desempenhadas na CNBB. “O
trabalho é árduo para que nós sejamos as testemunhas do Evangelho, é
importante estarmos voltados para a nossa missão e para os povos”, disse
dom Leonardo Ulrich Steiner aos 13 novos bispos. Dom Leonardo também
lembrou a relevância de se “distinguir a CNBB da Igreja do Brasil”.
O
presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida
Consagrada explica que ao assumir o bispado, é necessário que os
nomeados estudem para conhecer com mais profundidade as novas funções
que desempenharão. “Os bispos precisam conhecer o mecanismo CNBB, os
projetos, os assessores, as comissões”.
Dom
Pedro também falou sobre várias visitas realizadas durante o encontro.
“Fomos à Nunciatura Apostólica, à Conferência dos Religiosos do Brasil,
às Pontifícias Obras Missionárias, ao Centro Cultural Missionário.
Visitamos esses locais para abrir horizontes, o bispo vai poder contar
com esses organismos aliados”, elucidou dom Pedro.
Os
13 bispos atuarão em sete diferentes Regionais da CNBB, de forma
titular e auxiliar. Muitos serão apresentados a uma nova realidade, a um
novo desafio, uma nova missão. Cada um dos novos bispos compartilhou
com os fiéis, sobre sua trajetória religiosa, áreas de atuação, e
expectativas à frente do chamado vocacional, de se tornar um bispo.
Leia, a seguir, os depoimentos:
Dom Gilson Andrade da Silva
Veio
da diocese de Petrópolis (RJ) e foi nomeado em 27 de julho de 2011,
para atuar como bispo auxiliar de Salvador (BA), onde já está atuando
desde outubro. Tem 46 anos, sendo 21 anos de sacerdócio. Antes da
nomeação foi reitor do seminário diocesano, professor de Teologia
Fundamental, e Ética na área de Filosofia, na Universidade Católica de
Petrópolis, onde também atuou como presidente da mantenedora. Na
diocese, foi coordenador da Pastoral da Juventude, dentre outras
atividades.
“Uma
prioridade que costumo ter no meu ministério é a atenção aos padres, a
formação deles, porque são eles os multiplicadores do nosso trabalho.
Penso também como objetivo importante de um bispo do nosso tempo, é o
diálogo com a cultura, com a cidade. E outra das minhas prioridades é a
juventude, vemos uma necessidade muito grande que a mensagem do
evangelho possa de novo tocar os jovens, porque percebemos que há um
certo esvaziamento dessa presença na igreja”.
Dom Giovanni Crippa
Religioso
dos Missionários da Consolata (congregação fundada em Milão na Itália),
foi nomeado em 21 de março de 2012, como bispo Auxiliar de Salvador
(BA). Tem 53 anos, sendo 27 anos de sacerdócio.
“Fui
pároco em Feira de Santana (BA), era professor de História da Igreja,
na faculdade Católica da arquidiocese, diretor espiritual de um
seminário, membro do conselho presbiteral, e também conselheiro da
província da minha congregação”.
Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias
Proveniente
da diocese de Jundiaí (SP) atuava como vigário geral e diretor do
Seminário Diocesano de Filosofia e Teologia. Tem 54 anos e em 21 de
dezembro de 2011, foi nomeado bispo Auxiliar de Vitória (ES).
“Meu
objetivo como bispo é incentivar a espiritualidade na diocese,.
Incentivar a formação dos padres, acompanhá-los, ser um pastor seguindo
as Diretrizes Gerais da Igreja, caminhar em comunhão com a CNBB, e criar
essa comunhão também no presbitério”.
Dom João Justino de Medeiros Silva
Do
clero diocesano de Juiz de Fora (MG) foi nomeado em 21 de dezembro de
2011, para atuar como bispo Auxiliar de Belo Horizonte. Tem 45 anos, e
em Juiz de Fora era padre. Nos últimos oito anos estava dirigindo o
Seminário Arquidiocesano de Santo Antônio, e coordenando o curso de
Teologia. Dentre outras funções diocesanas, também era vigário na
paróquia de São Pedro.
“Estou
há seis meses em Belo Horizonte, está sendo uma experiência muito rica,
me senti muito bem acolhido, pelo clero e pelo povo. Dom Walmor
(arcebispo titular de Belo Horizonte) confiou uma série de funções, a
mim e aos outros auxiliares que lá estão. Eu espero poder intensificar o
meu serviço perante aquele povo, sob o pastoreio de dom Walmor”.
Dom João Santos Cardoso
Padre
diocesano de Vitória da Conquista (BA) foi nomeado, em 14 de dezembro
de 2011, como bispo de São Raimundo Nonato (PI). Tem 50 anos, sendo 25
anos de sacerdócio. Muito atuante na área acadêmica, possui formação em
filosofia, com mestrado e doutorado em Roma. Em Vitória da Conquista,
foi solicitado pelo bispo de então, dom Geraldo, para dar atenção à
Pastoral Universitária. “Na universidade fui professor, pesquisador e
atuei na capelania universitária. Também assumi paróquia, mas mesmo
assim, continuei atuando na universidade pública, e partir dali, marquei
minha presença evangelizadora no ambiente acadêmico.”
“Saio
de uma realidade urbana, para uma realidade rural. Fui para uma diocese
que populacionalmente é pequena, cerca de 185 mil habitantes, mas a
extensão territorial é grande, o que significa, que é uma área mais
rural. É uma experiência de despojamento, de todos os sentidos, de
esvaziamento de si, aquela quenosis de que fala Paulo na Carta aos
Filipenses, e é nesse esvaziamento que eu vou redescobrindo a minha
missão, agora como pastor”.
Dom José Eudes Campos do Nascimento
Sacerdote
há 17 anos, do clero da arquidiocese de Mariana (MG), e pároco em Ouro
Preto (MG). Tem 46 anos, e em 27 de junho de 2012, foi nomeado bispo de
Leopoldina (MG). Por dois mandatos, foi representante dos presbíteros, e
assessor da Pastoral da Juventude, funções exercidas na arquidiocese.
No Seminário São José foi professor de Teologia e Filosofia.
“É
uma nova missão à frente da diocese de Leopoldina, nesse chamado que o
Cristo faz, por isso escolhi justamente o lema: ‘Servo no amor’, para
desempenhar esta missão junto ao presbitério e toda diocese. Rezo muito
para que Deus me ajude a viver essa missão, e esse novo compromisso na
vida da igreja”.
Dom José Gislon
Pertencente
à ordem dos Fadres Menores Capuchinhos, foi nomeado em 06 de junho de
2012, como bispo de Erexim (RS). Tem 55 anos, é padre há 24 anos, e
religioso há 30. Trabalhou como conselheiro da província Paraná, Santa
Catarina e Paraguai, por seis anos. E nos últimos seis anos, foi
conselheiro da Geral da Ordem, em Roma. “Para mim, foi uma experiência
rica, porque me deu a possibilidade de conhecer várias igrejas, em
várias realidades, na África, Índia, Europa, América-latina, então levo
essa bagagem para igreja de Erexim, para um trabalho junto aquele povo
de Deus.”
“O
desafio para mim é algo novo, uma vez que vou estar a frente de uma
igreja particular, tenho pensado em, primeiramente, criar uma comunhão
com o clero da igreja local, porque o bispo sem essa comunhão,
pastoralmente, pouco pode fazer, são os padres que estão no dia a dia em
contato com o povo. Então vejo que é muito importante cuidar da
formação inicial do clero, da formação permanente e manter, esse
espírito de comunhão, do bispo com os padres que estão na diocese”.
Dom José Luiz Gomes de Vasconcelos
Tem
49 anos, sendo 23 anos de sacerdócio, e em 21 de março de 2012, foi
nomeado bispo Auxiliar de Fortaleza (CE). Atuou como pároco durante 16
anos, e estava também assumindo a presidencia da OSIB Regional Nordeste
2.
“A gente se
prepara por anos para ser padre, mas ninguém para ser bispo. Então é uma
surpresa muito grande, porém é uma missão, um chamado, uma vocação. Eu
creio que assim como o presbiterado, o espiscopado também é uma vocação.
É um chamado de Deus através da igreja, e quando Ele chama, concede a
graça necessária para viver essa vocação”.
Dom José Ruy Gonçalves Lopes
Religioso
da Ordem dos frades Capuchinhos foi nomeado, em 07 de setembro de 2012,
como bispo de Jequié (BA). Tem 45 anos, sendo 25 anos de consagração e
vida religiosa, como frade capuchinho. Foi provincial nos últimos seis
anos e depois dirigiu um colégio.
“Encaro
esse desafio como uma missão, e uma missão como um chamado feito pelo
próprio Deus, e na perspectiva da fé, acredito que Ele chama, Ele ajuda,
Ele dá a graça, e de todas as formas Ele continua sustentando e
animando”.
Dom Luiz Henrique da Silva Brito
Do
clero de Campos (RJ), foi nomeado em 29 de fevereiro de 2012, como
bispo Auxiliar do Rio de Janeiro (RJ). Tem 45 anos, sendo 20 de
sacerdócio. Na diocese atuava como chanceler do bispado, e também
professor de Teologia Moral no seminário, e colaborava com outras
atividades da diocese e paróquia também.
“Me
coloquei a disposição da Igreja que me chamou para esse serviço do
episcopado de colaborar na construção do reino de Deus. Vou dar esse
apoio ao arcebispo do Rio de Janeiro que solicitou ao Santo Padre, mais
colaboradores”.
Dom Roque Costa Souza
Tem
45 anos, sendo que há 18 anos atua como padre. Em 09 de maio de 2012
foi nomeado bispo Auxiliar do Rio de Janeiro (RJ). No período da
nomeação, estava exercendo o cargo de reitor do Seminário São José,
seminário maior de Teologia, Capelania da Polícia Militar, e também era
pároco da Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé.
“Criei
muita expectativa em relação ao curso porque a partilha está sendo
muito grande, para percebermos a questão da identidade da missão. Temos
um trabalho muito importante no campo pastoral, de atualização, porque
mesmo sendo bispo auxiliar, estou à frente de um vicariato na
arquidiocese. Com isso, tenho que trabalhar em comunhão, com dom Orani,
com os demais bispos auxiliares, com os padres, os diáconos, e todo povo
de deus para levar adiante a missão de Jesus”.
Dom Rubens Sevilha
Pertencente
à congregação da Ordem dos Carmelitas Descalços (OCD), foi nomeado em
21 de dezembro de 2011, como bispo Auxiliar de Vitória (ES). Tem 52
anos, sendo 27 de sacerdócio. Atuava como provincial dos Carmelitas
Descalços, no sudeste do Brasil.
“A
primeira experiência como um bispo novo, é que muda muito, sobretudo
para um religioso, o ritmo de vida, o estilo, a proposta. Então é uma
mudança muito drástica. Até o modo de celebrar o rito, o contato com as
pessoas, tudo muda. Como bispo, abre-se um leque enorme de funções, de
atividades. Mas a base não muda, ser de Deus e para Ele, que é o
essencial, não muda”.
Dom Sérgio de Deus Borges
Da
diocese de Cornélio Procópio, foi nomeado em 27 de junho de 2012, como
bispo Auxiliar de São Paulo (SP). Tem 45 anos, e sua principal área de
atuação é a judicial. “Sou formado em direito canônico e era vigário
judicial do Tribunal Eclesiástico de Londrina, e sou presidente da
Sociedade Brasileira de Canonistas”, disse.
“Fiquei
muito atento a um texto que li, que ‘o bispo deve dar primazia ao ser, e
não ao fazer, então ser bispo, e não fazer bispo”, citou.
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