O porta-voz da Santa Sé, padre
Federico Lombardi, afasta qualquer relação entre a nomeação do
subsecretário de Estado do Vaticano Dom Ettore Balestrero como núncio
apostólico para a Colômbia com um suposto envolvimento do sacerdote no
caso “Vatileaks”.
Em declarações publicadas na
edição deste sábado, 23, do jornal Corriere Della Sera, o padre Federico
Lombadi reage “às notícias que têm saído nos últimos dias” na imprensa,
e que encaram a ida do agora arcebispo Dom Ettore Balestrero para a
América do Sul não como uma “promoção” concedida por Bento XVI, mas como
um afastamento do “centro de poder” da Igreja Católica.
Para o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, esta teoria “é absurda e totalmente sem fundamento”.
De
acordo com o padre Federico Lombardi, a mudança de Dom Ettore
Balestrero, anunciada nesta sexta-feira, 22, estava preparada há várias
semanas e o Vaticano só estava a aguardar a concordância do governo
colombiano para oficializar a questão.
O sacerdote considerou
também infundadas as notícias que circulam na mídia italiana, sobre a
existência de um dossiê secreto sobre o caso “Vatileaks”, da fuga de
informações contidas em documentos confidenciais de Bento XVI, dossiê
esse que teria (segundo a imprensa) motivado a renúncia do Papa.
“A
Santa Sé não irá tecer mais qualquer comentário sobre esta matéria.
Quem fez estas alegações é que têm de assumir as suas
responsabilidades”, salientou.
Dom Ettore Balestrero, de 46
anos, passa a liderar uma das nunciaturas mais importantes para o
Vaticano, já que a Colômbia abriga atualmente a sede do Conselho
Episcopal Latino-americano (CELAM), em Bogotá, um organismo responsável
por todas as conferências de bispos da região.
O arcebispo
italiano, natural de Gênova, foi ordenado sacerdote em 1993 e entrou
para o serviço diplomático da Santa Sé três anos depois.
Antes
de exercer o cargo de subsecretário de Estado no gabinete liderado pelo
cardeal Tarcísio Bertone, Dom Ettore Balestrero serviu como
representante do Papa na Coréia, Mongólia e Holanda.
Em 2012
desempenhou a função de chefe da delegação da Santa Sé no comitê
Moneyval, órgão do Conselho Europeu que avalia medidas dos Estados
contra práticas de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.
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