Neste 4º Domingo da Páscoa, 21 de
abril, a Igreja celebra o 50º Dia Mundial de Oração pelas Vocações. A
data foi instituída pelo Papa Paulo VI, em 1964, convocando aos
católicos a pedirem a Deus, unanimemente, o envio de operários para Sua
Igreja (cf. Mt 9,38).
Paulo VI, durante uma radiomensagem no dia
11 de abril de 1964, disse que o número insuficiente de sacerdotes
[vocações] é um indicador concreto que aponta ou não a vitalidade da fé
em cada comunidade paroquial e diocesana. Assim como, também é fruto do
testemunho da saúde moral das famílias cristãs.
“Onde desabrocham
numerosas as vocações para o estado eclesiástico e religioso, vive-se
generosamente segundo o Evangelho”, disse Paulo VI.
Seguindo este
pensamento, o Papa Emérito Bento XVI escreveu sua mensagem para o 50º
Dia Mundial de Oração pelas Vocações e nela ressaltou a esperança como
impulso da vida cristã e a oração como base para que os fiéis estejam
atentos ao chamado de Cristo.
Nos primeiros parágrafos da
mensagem, Bento XVI refletiu sobre as diversas vezes em que Deus
socorreu seu povo, sustentado na esperança de Sua constante presença.
Segundo o Papa, o fundamento seguro de toda a esperança está aqui: "Deus
nunca nos deixa sozinhos e permanece fiel à palavra dada." E afirmou,
"por este motivo, em toda a situação, seja ela feliz ou desfavorável,
podemos manter uma esperança firme".
Depois, o Papa Emérito
recordou que essa esperança está ligada à fidelidade de Deus que se
manifestou ao mundo de diversas formas, especialmente em Jesus Cristo.
Hoje, segundo o Papa, Deus continua sua fidelidade em Jesus, por meio
daqueles que Ele mesmo chama para o seu serviço.
“Também
hoje, como aconteceu durante a sua vida terrena, Jesus, o Ressuscitado,
passa pelas estradas da nossa vida e vê-nos imersos nas nossas
atividades, com os nossos desejos e necessidades. É precisamente no
nosso dia-a-dia que Ele continua a dirigir-nos a sua palavra; chama-nos a
realizar a nossa vida com Ele, o único capaz de saciar a nossa sede de
esperança”, explicou o Bispo Emérito de Roma.
Segundo Bento
XVI, as vocações sacerdotais e religiosas nascem da experiência do
encontro pessoal com Cristo, do diálogo sincero e familiar com Ele. Por
isso, explicou, é necessário crescer na experiência de fé, entendida
como profunda relação com Jesus, como escuta interior da sua voz que
ressoa dentro do ser humano.
O despertar para o chamado de
Cristo e a resposta à Sua voz deve passar por uma intensa atmosfera de
fé, destaca o Papa. Mas também o testemunho de adesão ao Evangelho, uma
paixão missionária alimentada pela Eucaristia e pela oração, são
aspectos fundamentais para que mais operários sirvam à "Vinha do
Senhor".
“A oração constante e profunda faz crescer a fé da
comunidade cristã, na certeza sempre renovada de que Deus nunca abandona
o seu povo e que o sustenta suscitando vocações especiais, para o
sacerdócio e para a vida consagrada, que sejam sinais de esperança para o
mundo”, salientou Bento XVI.
Ns últimos parágrafos da
mensagem para o 50º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, Bento XVI
deteve-se em fazer um apelo à Igreja demonstrando sua considerável
preocupação com os jovens. Pediu que não faltem “sacerdotes zelosos” que
saibam cuidar da juventude, ajudando-a no caminho “por vezes tortuosos e
obscuros da vida.”
Por fim, não deixou de convidar os jovens a
responderem à vocação. “Amados jovens, não tenhais medo de O seguir e
de percorrer os caminhos exigentes e corajosos da caridade e do
compromisso generoso. Sereis felizes por servir, sereis testemunhas
daquela alegria que o mundo não pode dar, sereis chamas vivas de um amor
infinito e eterno, aprendereis a ‘dar a razão da vossa esperança’ (1
Ped 3,15)”.
Cresce o número de vocações no mundo
A
oração da Igreja parece ser ouvida e Cristo continua a chamar homens e
mulheres para o serviço na “Vinha do Senhor”. De acordo com o Setor
Estatístico do Vaticano, o número de sacerdotes diocesanos e religiosos
no mundo teve aumento considerável a partir do ano 2000.
No
Brasil, o aumento também foi constatado: o Censo Anual de 2010,
realizado pelo Centro de Estatística e Investigações Sociais (CERIS),
apontou um crescimento relevante em relação às vocações sacerdotais e
religiosas no país.
A pesquisa do Setor Estatístico do
Vaticano também sinaliza que em toda a Igreja há mais de 35 mil diáconos
permanentes, concentrados especialmente nos EUA, no Canadá e na América
Latina.
Com relação ao número de sacerdotes que deixaram o
ministério, este desceu para menos de 1000, enquanto 460 foram os
sacerdotes que em 2011 pediram para serem reintegrados ao ministério.
Monsenhor Formenti, diretor do Setor Estatístico do Vaticano, sublinhou
no ano passado que estes números deixam claro um lento, mas constante
crescimento.
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