O Papa Francisco recebeu nesta
quarta-feira, 20, na Sala Clementina, as delegações ecumênicas e de
outras religiões que foram a Roma para a Missa de início de seu
pontificado, realizada nesta terça-feira, 19. O pontífice teve a
oportunidade de se encontrar com o Patriarca Ecumênico de
Constantinopla, Bartolomeu I, o Metropolita Hilarion, do Patriarcado de
Moscou, os delegados de Igrejas, comunidades eclesiais e organismos
ecumênicos internacionais e o Diretor do Congresso Judaico
Latino-americano, o argentino Claudio Epelman.Mas quais são as perspectivas que
se abrem para o diálogo inter-religioso e ecumênico com a eleição de um
Papa que provém da América Latina? O presidente da Comissão Pastoral
para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religiosos da CNBB, Dom Francisco
Biasin, comenta essa relação. Ele acredita que Francisco, sendo da
Argentina e, portanto, tendo esta cultura includente, aberta e
dialogante, tem algo a mais em relação ao diálogo inter-religioso. "Em
Buenos Aires, por sinal, tem uma forte comunidade islâmica e, sobretudo,
judaica. A Sinagoga de Buenos Aires é muito famosa. Pelo que me consta,
ele teve sempre uma relação muito aberta, muito dialogante", disse o
bispo.
Dom Biasin destacou ainda a grande abertura em relação aos
hebreus e com o mundo islâmico. Ele recordou que, alguns anos atrás,
aconteceu em Buenos Aires um encontro de neopentecostais com a Igreja
Católica, ocasião em que o então arcebispo, Cardeal Jorge Mario
Bergoglio, ajoelhou-se no estádio e pediu a benção aos pastores sobre
ele.
"Portanto, o gesto que ele fez na sacada da Basílica de São
Pedro de pedir a bênção do povo faz parte da personalidade dele, essa
atitude dialogante, sobretudo de uma fé vivida em comum em tudo quanto é
possível, respeitando naturalmente as diversas tradições religiosas e
eclesiais. Para mim, a escolha deste novo Papa, além de ser uma surpresa
para o mundo todo, é uma surpresa de Deus para nós".
Dom Biasin
finalizou expressando sua convicção na esperança cristã, que já uma
certeza, de que o diálogo ecumênico e inter-religioso será muito
potencializado dentro da Igreja e trará frutos muito grandes e muito
ricos entre todas as tradições cristãs e no diálogo também com as outras
religiões.
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